
Conheço muita gente que já quis ser médico, veterinário, princesa, cientista, lixeiro (para andar pendurado naquele caminhão), professor etc. Mas nenhuma dessas pessoas viraram o que queriam ser. Afinal, sonhos mudam, pessoas mudam e elas acabam descobrindo coisas novas, mundos novos e grandes possibilidades.
A nova escritora do blog, Camilla, sugeriu a seguinte ideia (que eu amei): contar no blog o que queríamos ser quando éramos pequenos, o que fazemos agora e qual seria o nosso sonho. Nós escrevemos, vocês compartilham ideias por e-mail ou nos comentários e nós vamos postando aqui a história de cada um!
Eu vou começar contando sobre mim. 
Eu já quis ser tudo: bombeira, ilusionista (pois é, kill me), médica, dançarina, artista plástica, executiva, aeromoça, ufóloga - lembro que liguei para o garoto que, na época, era o meu namorado, toda eufórica, dizendo "já sei com o que quero trabalhar!". Isso foi logo depois de assistir uma série de programas relacionados a E.T.s no Discovery Channel -, bióloga, professora de biologia, professora de ensino infantil, escritora, geóloga, historiadora, enfim... a lista é interminável. Sempre fui assim, muito indecisa sobre tudo na minha vida. Mesmo quando preciso escolher entre duas coisinhas, como dois cartões de aniversário para comprar, fico três horas comparando os dois. O preço deles, o tamanho, o gosto de quem vai receber o cartão e mais trocentas coisas.
Mas de todos esses planos, o que eu mais queria que se tornasse realidade era o de ser aeromoça.
Faz pouco tempo que parei de sentir arrepios ao passar em frente a um aeroporto. E é sério! Por vezes meus olhos lacrimejaram só de olhar o avião andando na pista, enquanto eu passava de carro por perto. Não sei se tem algo a ver com alguma lembrança, ou outra coisa. Só sei que até o ano passado eu me sentia assim, mas hoje eu não sinto mais nada.
Também não gosto de "culpar" os outros, somos nós quem construímos nosso futuro, e é por isso que eu digo que fui muito burra. Hoje eu encontrei algo que gosto muito de fazer, mas não queria ter mudado de sonho. Queria continuar querendo ser aeromoça. Quando eu namorava com quem agora eu nem vejo mais, ouvi inúmeras vezes que eu precisava parar de pensar nisso, que não conseguiria ter uma família, que não-sei-o-que-lá. Foi tanta desmotivação por parte desse alguém que acabei deixando para lá.
É incrível como as coisas são. Conheci um homem que, desde criança, quis ser astronauta. Quando cresceu, mandou cartas durante dez anos (só podia mandar uma por ano) para a Nasa, querendo ser astronauta. Foi tanta insistência que ele conseguiu, e hoje é super feliz! E olhem que sonho "esquisito" ele tinha, não é? Acho fantástico ser astronauta, mas ele deve ter ouvido muitas risadas quando dizia que queria sê-lo. E eu, com algo tão simples de se conseguir... deixei escapar por nada.
É por isso que tanta gente me acha insensível algumas vezes. Eu nunca mais deixarei de fazer algo por causa de um namorado, de algum emprego, de qualquer coisa que não seja realmente importante - como filhos, por exemplo. Por que você tem que deixar de fazer algo que quer muito, que tem a chance de fazer, sendo que você não tem nenhuma garantia de que vai continuar com aquela pessoa depois? E que direito essa pessoa tem de te privar de algo? Nenhum. Nenhum mesmo.
É aquela velha história: se a pessoa te ama muito, te deixará livre.
Hoje eu estou construindo um novo sonho, que ainda não sei qual é, mas tem algo a ver com ser muito rica e trabalhar com comida, hahaha. Estou cercada de pessoas que me apoiariam no que eu decidisse para a minha vida, e é isso o que importa!
Quando deixei a USP para cursar uma faculdade particular, só ouvi elogios por parte dos meus amigos de lá. Vários disseram que queriam ser "corajosos" como eu, que queriam conseguir tomar decisões tão difíceis (acreditem, quando sua meta de adolescente é entrar na USP, mesmo sem ter estudado nada durante os três anos do ensino médio, consegue entrar e depois escolhe sair é algo realmente chato).
Esse post ficou um pouco diferente do que eu tinha planejado. Acho que, quando a Camilla escrever, vai ser mais fiel às nossas ideias. Como eu não quis ser nada em específico por muito tempo, não tenho nenhuma história de criança para contar. Nada como imprimir meu próprio cartão de visitas, usar o tempo todo um estetoscópio, etc.
E vocês? O que queriam ser quando crescessem? Comentem nesse post e, se alguém quiser escrever sua história bem completinha, como a minha, é só mandar para giuliana_fonseca@hotmail.com, e postaremos aqui!
Estamos super curiosas 
2 comentários:
Giu, acho que vou escrever um textinho aqui. Hehe. É que me identifiquei com você. Bem, vamos lá. Eu também já quis ser um monte de coisas, mas a que mais marcou minha infância foi querer ser comissária. Quando a Varig tinha aqueles comerciais lindos, com aquelas moças lindas, usando uniformes lindos, com cabelo e maquiagem impecavel, arrastando a mala em direção ao avião com aquele andar de modelo eu babava. Mas ai passou quando eu cresci, não sei o porquê. Mas continuei admirando essa profisão. Eu sempre me senti presa aonde eu moro. Desde pequena dizia que iria embora do Brasil, que me recusaria a casar por aqui. Porque sempre vi isso, as meninas cheias de sonhos, terminavam a escola, iam para a faculdade, mas casavam e vinham os filhos e ficava por isso mesmo (minha mãe inclusive). Eu sinto vontade de vomitar quando penso nisso. Prefiro me matar, sério. Quando estava na oitava série, a irmã mais velha da minha amiga começou a fazer o curso na SKYLAB lá no Santos Dumont, e ela me contava as coisas, que ela teve de pular de uma plataforma direto na agua para salvar uma amiga, passou 2 dias na floresta da Tijuca comendo planta. Até o dia em que ela me mostrou o caderno dela. Tinha uns desenhos da aeronave, desenhos do mapa mundi com coordenadas geograficas, fuso horarios. Eu devo ter sido pirata em outra vida, porque eu me amarro nessas coisas. Aí ela me contou que o salario inicial era 1.500, mas que uma amiga chegou a ganhar 7.000 (a poia engravidou). Eu sempre fui muito estudiosa, sempre tive as maiores notas, e sempre estimaram que eu iria direto para a faculdade. Como amo física, matemática e desenho, me decidi por engenharia civil, pq também quero ser arquiteta. Mas agora que estou no médio percebi que de jeito nenhum quero fazer faculdade agora. Meus pais não terminaram a faculdade, então é muito importante que eu termine o quanto antes. Mas eu moro com meu pai e eu que cuido da casa, faço comida todos os dias, cuido da economia, arrumo a casa além de ter que estudar. Isso me cansa muito e meus pais nem se importam, nunca pagaram nenhum curso para mim. Graças a Deus eu aprendi a falar inglês sozinha. Só tenho 17, nunca sai desse lugar, nem conheci muitas pessoas. Como posso prender 5 anos da minha vida com algo que nem sei se realmente quero? Eu não quero ter que ralar para entrar numa faculdade federal para no meio do curso descobrir que não é isso que eu quero, como aconteceu com meu irmão, com você e com muitas outras pessoas que eu conheço. O curso de comissária está no meu alcance e tenho certeza de que vou me dar bem. Quando via filmes de guerra e via as enfermeiras tão belas cuidando dos homens feridos achava aquilo tão lindo. Comissária é quase isso. Estou no ultimo ano agora, e faço 18 em janeiro então vou fazer o curso no primeiro trimestre de 2014 e espero conseguir emprego para a copa. Estou realmente animada, mas nunca entrei num avião. Tenho lido blogs de comissárias e realmente me identifico muito. Acho que vai ser um bom jeito de sair daqui. Ultimamente tenho encontrado pessoas que estão me encorajando, meus pais até vão me pagar o curso. Mas vendo meus amigos fanzendo pré, SÓ falando sobre faculdade já faz sentir-me como se estivesse fora do eixo. Queria poder ir para faculdade agora, mas não quero pintar a parede com meus miolos no meio do curso. Têm muitas outras coisas que gostaria de desabafar sobre isso, mas o texto já está ficando bem grande. Espero que uns cinco anos de comissária me abram os olhos para o que realmente quero na vida. Ah, acho que vou criar um blog quando começar o curso. Eu também amo cozinhar e já quis fazer gastronomia. Pretendo cozinhar pelo resto da vida, mesmo que não ganhe dinheiro. Espero que você tenha acertado dessa vez, estou orando por você. Ore por mim também, Giu, estou precisando.
Rebeca Machado
Rebeca, eu amei o seu comentário, sério! Saiba que vai estar realizando uma grande vontade minha, viajando por aí!
Eu vou postar esse comentário aqui no blog, ok? Como texto! Gostei muito de você ter participado da ideia e do seu jeito de falar hahaaha
Ser piloto ou comissário de bordo são profissões incríveis, lindas, glamorosas demais. E tadinha da amiga da sua amiga que ficou grávida no "ápice da aquisição monetária".. hahahahaha
Sobre os blogs de comissárias eu nem vou me arriscar a ler, senão essa vontade toda vai voltar e eu vou me ferrar bonito! E sobre morar no Brasil, me casar e largar o trabalho pra cuidar de filho.. nossa, realmente, eu também fico deprimida só de pensar. Eu odeio o Brasil, na verdade. Queria morar em um país nórdico com um marido e um filho, e trabalhar por lá em um restaurante super legal!
Ah... os sonhos...
Rê, toda a sorte do mundo pra você! Te desejo tudo de bom, e que tudo dê certo. Quando você acabar o ensino médio vai fazer o curso de comissário de bordo, e tenho certeza que vai amar! ahhhhh aproveita muito! Mas ó, pensa bem antes de tomar uma decisão pra não "perder tempo" ou gastar dinheiro à toa, ok? hehe
E apareça aqui mais vezes!! =D
Beijos, Giu.
Postar um comentário
Obrigada pela visita! Seu comentário é importante para a melhoria do blog :D fique à vontade!