Me deu vontade de correr. Corri. Desci as escadas e fui até a rua. O que era dia virou noite e eu nem percebi. O problema mesmo não era nem o céu escuro, as nuvens… e sim a calma nas ruas. Ninguém buzinava, as mulheres motoristas davam passagem para os outros carros, faróis funcionando direitinho, tudo isso em São Paulo.
Inacreditável. Porém, tudo bem de novo, pois logo um carro bateu contra um poste. Quando os pedestres foram checar, com sua típica curiosidade, gritaram e sairam correndo com o que viram. Eu me aproximei. Dentro do carro haviam dois homens, e um, o do banco de “copiloto”, estava simplesmente devorando o motorista. Mordia seu braço, sua perna, jorrava sangue. Os bancos de couro branco da nova mercedes haviam se transformado em vermelho, praticamente. Aquele vermelho escuro. E o cheiro? Bom, cheiro de sangue, óbvio.
Corri mais uma vez. Era isso. O que eu vi não foi nada mais, nada menos do que um zumbi. Aqueles do Resident Evil, Dawn of the Dead (Madrugada dos Mortos). Eu sei que parecia impossivel, mas era real. Eu tinha uma gotinha de sangue no meu casaco.
Parei para olhar um prédio, e de um ângulo muito esquisito eu conseguia ver duas amigas minhas no último andar aberto, jantando. Uma delas, a loira, começou a olhar pros lados e pra baixo, parecendo desesperada. A outra, a morena, levantou, começou a se mexer, balançando os braços, e então caiu do prédio. Ela caiu na minha frente, pertinho de mim. Agora, não sei como isso aconteceu. É simplesmente contra a fisica eu estar a uma certa distância do prédio, a ponto de ver o ultimo andar, e uma pessoa desse andar cai não longe de mim, perto do prédio, e sim perto de mim, meio longe do prédio. Mas sei que ela estava com a perna toda mordida, sangue por todo o lado.
Enquanto o terror se espalhava pelas ruas, eu entrei num prédio, onde moravam meus primos. No apartamento deles não tinha ninguém, mas inexplicavelmente tinha uma coisa. A filha do tio do meu namorado, com o vestidinho rosa sujo de sangue, comendo alguma coisa. Ela parou e olhou pra mim com aqueles dentes sujos de sangue, que mais pareciam dentes de tubarão. Por mais que eu quisesse ficar alí, parada, sorrindo pra ela também, eu corri pro corredor dentro do apartamento, onde ficam os quartos, e fechei a porta. Óbvio que a garota veio atrás de mim, e ficou batendo na porta. Eu tranquei. Ela parou.
De onde eu estava, tinha acesso a três quartos, um banheiro e uma cozinha. Peguei meu celular e, graças a Deus, tinha sinal. Mandei uma mensagem pro meu namorado, dizendo onde eu estave e mandando ele ir também. Depois achei melhor ligar.
Disquei.
Inacreditável. Porém, tudo bem de novo, pois logo um carro bateu contra um poste. Quando os pedestres foram checar, com sua típica curiosidade, gritaram e sairam correndo com o que viram. Eu me aproximei. Dentro do carro haviam dois homens, e um, o do banco de “copiloto”, estava simplesmente devorando o motorista. Mordia seu braço, sua perna, jorrava sangue. Os bancos de couro branco da nova mercedes haviam se transformado em vermelho, praticamente. Aquele vermelho escuro. E o cheiro? Bom, cheiro de sangue, óbvio.
Corri mais uma vez. Era isso. O que eu vi não foi nada mais, nada menos do que um zumbi. Aqueles do Resident Evil, Dawn of the Dead (Madrugada dos Mortos). Eu sei que parecia impossivel, mas era real. Eu tinha uma gotinha de sangue no meu casaco.
Parei para olhar um prédio, e de um ângulo muito esquisito eu conseguia ver duas amigas minhas no último andar aberto, jantando. Uma delas, a loira, começou a olhar pros lados e pra baixo, parecendo desesperada. A outra, a morena, levantou, começou a se mexer, balançando os braços, e então caiu do prédio. Ela caiu na minha frente, pertinho de mim. Agora, não sei como isso aconteceu. É simplesmente contra a fisica eu estar a uma certa distância do prédio, a ponto de ver o ultimo andar, e uma pessoa desse andar cai não longe de mim, perto do prédio, e sim perto de mim, meio longe do prédio. Mas sei que ela estava com a perna toda mordida, sangue por todo o lado.
Enquanto o terror se espalhava pelas ruas, eu entrei num prédio, onde moravam meus primos. No apartamento deles não tinha ninguém, mas inexplicavelmente tinha uma coisa. A filha do tio do meu namorado, com o vestidinho rosa sujo de sangue, comendo alguma coisa. Ela parou e olhou pra mim com aqueles dentes sujos de sangue, que mais pareciam dentes de tubarão. Por mais que eu quisesse ficar alí, parada, sorrindo pra ela também, eu corri pro corredor dentro do apartamento, onde ficam os quartos, e fechei a porta. Óbvio que a garota veio atrás de mim, e ficou batendo na porta. Eu tranquei. Ela parou.
De onde eu estava, tinha acesso a três quartos, um banheiro e uma cozinha. Peguei meu celular e, graças a Deus, tinha sinal. Mandei uma mensagem pro meu namorado, dizendo onde eu estave e mandando ele ir também. Depois achei melhor ligar.
Disquei.
- Alô? – ele disse.
- Onde você está?
- Perto da avenida Paulista. Está tudo um caos aqui, e eu não sei porquê.
- Eu sei porquê. Venha pro endereço que te mandei na mensagem. E ah, cuidado na hora de entrar no apartamento, tem um bicho na sala.
- Tá certo.
- Onde você está?
- Perto da avenida Paulista. Está tudo um caos aqui, e eu não sei porquê.
- Eu sei porquê. Venha pro endereço que te mandei na mensagem. E ah, cuidado na hora de entrar no apartamento, tem um bicho na sala.
- Tá certo.
Era só torcer pra que ele chegasse bem, ou simplesmente chegasse, ou não morresse na sala. Nem que virasse um zumbi. Enquanto esperava, repassei os filmes que vi e as imagens que olhei algumas vezes na internet sobre como sobreviver a um ataque de zumbis. Claro que eu nunca prestei muita atenção… mas o necessário e básico do básico, eu sabia: acerte na cabeça. O problema é que eu não tinha uma arma, nem sabia como usar. As unicas coisas que tinha eram 3 meses de curso de desenho, 3 de kick boxing, 3 de kung fu, 7 anos de karatê, 12 meses de natação e alguns de ginástica ritmica (valendo que eu era a pior aluna da sala).
Liguei o computador sem nem saber pra que. Mas deixei ele alí, ligado. Lembrei que tinha trancado a porta do corredor, e que meu namorado não conseguiria escapar da menina, desse jeito. Destranquei e abri uma frestinha da porta. Então, ele chegou, acompanhado, e eu disse pra eles correrem pra onde eu estava. Estava tudo tão escuro que ele acabou tropeçando na mesa da sala, e a zumbi começou a correr atrás.
Ele não conseguiu assimilar o que estava acontecendo e ficou apenas parado, então saí do corredor e puxei o braço dele. Quando consegui fechar a porta, a garotinha bateu, desesperadamente, tentando abri-la. Porém, logo parou.
Vi que o acompanhante dele era meu irmão, e perguntei o que eles estavam fazendo juntos. Disseram que se esbarraram na rua, os dois em pânico por causa da bagunça, e vieram pra cá.
Mais tarde, cada um num quarto, eu saí do meu e fui ver o que cada um estava fazendo. Meu namorado estava vendo televisão, pegou o celular e disse que estava sem sinal. Pegou o meu do chão e disse que eu havia recebido duas ligações de números estranhos, mas que não tocou. Apenas apareceu a mensagem de ligações perdidas. Olhei e o meu celular também estava sem sinal. Andei um pouco pelo apartamento e consegui algum. O primeiro número de telefone era uma palavra, como se estivesse salvo no cartão de memória, mas não estava. Liguei. Dava erro. Não sei dizer que tipo de erro, não me lembro muito bem.
O segundo número de telefone eram apenas quatro dígitos. Algo como 4502. O último digito eu não tenho muita certeza, podia ser 1 também. De qualquer forma, também não dava pra ligar.
Meu irmão estava no computador checando, não sei porquê, a previsão do tempo.
Me deu vontade de sair na rua, talvez achar outras pessoas. Por incível que pareça, não precisei insistir pra nós três sairmos. Eles logo concordaram, coisa que não se vê todos os dias (muito menos quando há um ataque de zumbi pela cidade – talvez pelo mundo).
Abrimos a porta com cuidado. Não vimos a menina. Corremos até a porta e saímos do apartamento.
Tava tudo muito escuro, era difícil enxergar qualquer coisa. Fomos até as escadas, um segurando a mão do outro, eu na frente iluminando com o celular, meu irmão do meio e meu namorado na ponta, também iluminando o caminho. Descemos cerca de cinco andares, e saímos pra rua. Após vermos aquele exército de zumbis, não preciso nem dizer que sair foi uma péssima ideia. Tentamos dar meia volta e voltar para o prédio, mas havia morto-vivo fechando a entrada. Nós três demos as mãos de novo e corremos para um outro prédio ao lado.
Até agora estava dando tudo certo.
Entramos, também tudo escuro. O estranho é que tinha energia.
De qualquer forma, fomos iluminando com o celular o caminho cheio de sangue. Havia marcas de mãos nas paredes, parecia que pessoas tinham sido arrastadas, com sangue, no chão. Era o cenário mais sinistro que eu já tinha visto. Ouvimos passos. Olhamos com medo um pro outro. Eu gritei, perguntando se tinha alguém pelas escadas. Nada. Perguntei de novo, disse que estávamos nos escondendo dos zumbis e que só queriamos um lugar pra ficar.
Uma senhora desceu as escadas e disse que a gente poderia ir com eles, o grupo dela, contanto que ninguém estivesse mordido. Afirmei que estávamos todos bem, sem machucados.
Nesse grupo havia um três homens e três mulheres, contando com a senhora. Subimos pra um apartamento que era de ninguém (pelo menos não havia ninguém). As luzes estavam acesas e, pelos móveis, podia ver alguns animaizinhos, como um furão, mas todos zumbis. Não eram ameaçadores, já que não tentaram nos atacar. Trancamos a porta. Não me lembro muito bem do que aconteceu, mas ficamos alí algum tempo, vendo o quanto de comida tinha, essas coisas.
Saí do quarto e vi a porta da sala aberta. Comecei a cochichar “será que algum zumbi entrou?”.
Olhamos uns pros outros, aflitos. Olhamos o apartamento. Nada. E a senhora não estava lá.
Fui até a porta e gritei pelo nome dela. Nada. Gritei mais uma vez. Vi uma luzinha pelas escadas, era ela, inteirinha. Sem mordidas, nada. Disse que ela não podia sair assim, muito menos sem fechar a porta. Então ela me chamou pra procurar outro apartamento, pois o que nós estávamos estava com cheiro de gente morta.
Subimos, nós duas, as escadas, e entramos num apartamento. Nele, morava uma outra senhora, igualzinha a minha avó. Ela estava na cozinha fazendo filé de frango, e não fazia a menor ideia do que se passava do lado de fora. Perguntei se ela estava bem. Disse que sim, e que eu podia ficar a vontade.
Ouvimos passos. Quando olhei pra porta, vi um homem de terno subindo as escadas com pressa.
Liguei o computador sem nem saber pra que. Mas deixei ele alí, ligado. Lembrei que tinha trancado a porta do corredor, e que meu namorado não conseguiria escapar da menina, desse jeito. Destranquei e abri uma frestinha da porta. Então, ele chegou, acompanhado, e eu disse pra eles correrem pra onde eu estava. Estava tudo tão escuro que ele acabou tropeçando na mesa da sala, e a zumbi começou a correr atrás.
Ele não conseguiu assimilar o que estava acontecendo e ficou apenas parado, então saí do corredor e puxei o braço dele. Quando consegui fechar a porta, a garotinha bateu, desesperadamente, tentando abri-la. Porém, logo parou.
Vi que o acompanhante dele era meu irmão, e perguntei o que eles estavam fazendo juntos. Disseram que se esbarraram na rua, os dois em pânico por causa da bagunça, e vieram pra cá.
Mais tarde, cada um num quarto, eu saí do meu e fui ver o que cada um estava fazendo. Meu namorado estava vendo televisão, pegou o celular e disse que estava sem sinal. Pegou o meu do chão e disse que eu havia recebido duas ligações de números estranhos, mas que não tocou. Apenas apareceu a mensagem de ligações perdidas. Olhei e o meu celular também estava sem sinal. Andei um pouco pelo apartamento e consegui algum. O primeiro número de telefone era uma palavra, como se estivesse salvo no cartão de memória, mas não estava. Liguei. Dava erro. Não sei dizer que tipo de erro, não me lembro muito bem.
O segundo número de telefone eram apenas quatro dígitos. Algo como 4502. O último digito eu não tenho muita certeza, podia ser 1 também. De qualquer forma, também não dava pra ligar.
Meu irmão estava no computador checando, não sei porquê, a previsão do tempo.
Me deu vontade de sair na rua, talvez achar outras pessoas. Por incível que pareça, não precisei insistir pra nós três sairmos. Eles logo concordaram, coisa que não se vê todos os dias (muito menos quando há um ataque de zumbi pela cidade – talvez pelo mundo).
Abrimos a porta com cuidado. Não vimos a menina. Corremos até a porta e saímos do apartamento.
Tava tudo muito escuro, era difícil enxergar qualquer coisa. Fomos até as escadas, um segurando a mão do outro, eu na frente iluminando com o celular, meu irmão do meio e meu namorado na ponta, também iluminando o caminho. Descemos cerca de cinco andares, e saímos pra rua. Após vermos aquele exército de zumbis, não preciso nem dizer que sair foi uma péssima ideia. Tentamos dar meia volta e voltar para o prédio, mas havia morto-vivo fechando a entrada. Nós três demos as mãos de novo e corremos para um outro prédio ao lado.
Até agora estava dando tudo certo.
Entramos, também tudo escuro. O estranho é que tinha energia.
De qualquer forma, fomos iluminando com o celular o caminho cheio de sangue. Havia marcas de mãos nas paredes, parecia que pessoas tinham sido arrastadas, com sangue, no chão. Era o cenário mais sinistro que eu já tinha visto. Ouvimos passos. Olhamos com medo um pro outro. Eu gritei, perguntando se tinha alguém pelas escadas. Nada. Perguntei de novo, disse que estávamos nos escondendo dos zumbis e que só queriamos um lugar pra ficar.
Uma senhora desceu as escadas e disse que a gente poderia ir com eles, o grupo dela, contanto que ninguém estivesse mordido. Afirmei que estávamos todos bem, sem machucados.
Nesse grupo havia um três homens e três mulheres, contando com a senhora. Subimos pra um apartamento que era de ninguém (pelo menos não havia ninguém). As luzes estavam acesas e, pelos móveis, podia ver alguns animaizinhos, como um furão, mas todos zumbis. Não eram ameaçadores, já que não tentaram nos atacar. Trancamos a porta. Não me lembro muito bem do que aconteceu, mas ficamos alí algum tempo, vendo o quanto de comida tinha, essas coisas.
Saí do quarto e vi a porta da sala aberta. Comecei a cochichar “será que algum zumbi entrou?”.
Olhamos uns pros outros, aflitos. Olhamos o apartamento. Nada. E a senhora não estava lá.
Fui até a porta e gritei pelo nome dela. Nada. Gritei mais uma vez. Vi uma luzinha pelas escadas, era ela, inteirinha. Sem mordidas, nada. Disse que ela não podia sair assim, muito menos sem fechar a porta. Então ela me chamou pra procurar outro apartamento, pois o que nós estávamos estava com cheiro de gente morta.
Subimos, nós duas, as escadas, e entramos num apartamento. Nele, morava uma outra senhora, igualzinha a minha avó. Ela estava na cozinha fazendo filé de frango, e não fazia a menor ideia do que se passava do lado de fora. Perguntei se ela estava bem. Disse que sim, e que eu podia ficar a vontade.
Ouvimos passos. Quando olhei pra porta, vi um homem de terno subindo as escadas com pressa.
- Menina! O que faz aqui? Tem zumbis por toda a parte!
- Não temos onde ir. A rua está lotada deles.
- Eu tenho um helicóptero me esperando lá em cima! Venham vocês comigo, há bastante espaço. Tem mais alguém?
- Tem mais sete pessoas, e não vamos sem elas!
- Tudo bem, podemos nos apertar. Anda, chame eles e me encontre lá em cima. Senhoras, venham comigo.
- Isso não é incrível? – perguntei pra senhora ao meu lado
- Demais! A gente se vê lá em cima.
- Não temos onde ir. A rua está lotada deles.
- Eu tenho um helicóptero me esperando lá em cima! Venham vocês comigo, há bastante espaço. Tem mais alguém?
- Tem mais sete pessoas, e não vamos sem elas!
- Tudo bem, podemos nos apertar. Anda, chame eles e me encontre lá em cima. Senhoras, venham comigo.
- Isso não é incrível? – perguntei pra senhora ao meu lado
- Demais! A gente se vê lá em cima.
Desci as escadas, parte do corredor estava aceso. As luzes apagaram.
Eu acordei.
Eu acordei.
1 comentários:
hahahaha Adorei!
(D)Escreva mais sonhos como esse *-*
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